Nos últimos anos, o mercado de bem-estar se tornou um dos mais lucrativos do mundo. Impulsionada pelas redes sociais e pelo marketing de influenciadores, essa indústria movimenta bilhões vendendo produtos que prometem soluções rápidas para problemas complexos, ou soluções mais caras para problemas simples.

Mas o que está por trás desse movimento? Medo, insegurança e muita maquiagem publicitária.

A expressão Wellness is a scam é uma frase crítica que significa literalmente “o bem-estar é uma farsa”.

No contexto em que aqui é usada, não quer dizer que cuidar da saúde, dormir bem ou se alimentar melhor não sejam importantes. A crítica está direcionada à indústria do bem-estar (suplementos, cosméticos, modismos fitness e produtos “milagrosos” vendidos como essenciais) que se aproveita das inseguranças das pessoas para lucrar.

Este texto é mais do que uma orientação para o caminho do verdadeiro bem-estar, é uma dica para você economizar dinheiro!

O combo das redes sociais + influenciadores

Um dos efeitos colaterais das redes sociais foi a explosão de influenciadores e suas publis.

Nesse terreno fértil, a indústria do wellness encontrou o palco perfeito para oferecer de tudo: super coffees, gominhas para cabelo, cremes milagrosos, suplementos para o sono, barrinhas de proteína; produtos que, muitas vezes, têm eficácia igual ou menor que alternativas simples, naturais e baratas (ou gratuitas).

O exemplo do café é clássico: dificilmente você trocaria o café tradicional por um “super coffee” caro na prateleira do supermercado. Mas basta abrir o TikTok e ver a influenciadora fitness misturando o pó “milagroso” para despertar o desejo.

A busca por soluções mágicas

O que mais alimenta esse mercado é o desejo de resolver problemas com atalhos.

  • Dificuldade para dormir? Suplemento de melatonina ou magnésio, mas o celular continua ligado até de madrugada.
  • Exagerou no fim de semana? Suco detox na segunda-feira, como se o seu fígado saudável não fizesse isso sozinho.
  • Baixa autoestima? Cremes e gominhas que prometem transformações na pele e no cabelo que nunca chegam.

Por trás disso, uma engrenagem bem produzida que lucra em cima das nossas inseguranças, e pegam muito bem para quem vive de aparências.

A estética das redes sociais acima da saúde

Muitas vezes, os produtos vendidos como “saudáveis” escondem armadilhas:

  • Barrinhas de proteína cheias de açúcar, com menos proteína que um simples ovo.
  • Suplementos que não recebem o selo de “alto em açúcar” porque não entram na categoria de alimentos.
  • Apps que prometem melhorar a saúde mental enquanto incentivam o vício em tela.

Enquanto isso, soluções reais, simples e eficazes raramente viram publi: alimentação balanceada, sono de qualidade, atividade física, terapia, acompanhamento médico quando necessário.

O efeito colateral: distorção da imagem

Outro impacto cruel das redes sociais é a distorção da autoimagem.

Como falei no texto sobre o livro A Geração Ansiosa, a pressão estética atinge, principalmente, mulheres jovens: dentes excessivamente brancos, procedimentos estéticos sem necessidade, filtros e retoques constantes. Criam-se padrões irreais, e as pessoas passam a enxergar defeitos onde não existem.

No fim, o que sobra é frustração. Frustração por não alcançar resultados que nunca foram reais e por gastar dinheiro em falsas promessas.

O que realmente importa quando o assunto é wellness

Antes de cair na próxima propaganda de suplemento ou creme “milagroso”, vale lembrar:

  • Um sabonete adequado e a orientação de um dermatologista resolvem mais que 12 passos de skincare.
  • Uma dieta rica em frutas, verduras, proteínas e água é mais eficiente que qualquer barrinha de proteína industrializada ultra processada.
  • Sono regulado, exercícios e, em alguns casos, acompanhamento médico têm impacto real, e não apenas estético.

Coisas boas de verdade não precisam de publi. São necessidades reais e acessíveis.

👉 Para se aprofundar no tema, recomendo este TEDx da Mari Krüger, que explica de forma clara como a indústria do bem-estar manipula nossas inseguranças para vender produtos:


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Uma resposta para “A indústria do bem-estar não quer sua saúde, quer seu dinheiro”.

  1. […] bem, mas quase sempre associa isso à alimentação, exercícios e àquela rotina saudável que o Instagram vende como sinônimo de equilíbrio. Só que, na prática, esse estilo de vida “perfeito” às vezes beira o estresse, e o […]

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