Tesouro Direto: o que é, como funciona e por que pode ser um bom investimento

O Tesouro Direto é uma das formas mais seguras de investir no Brasil. Ele funciona como um empréstimo que você faz ao governo: você empresta seu dinheiro e, em troca, recebe o valor corrigido com juros ao longo do tempo.

Essa modalidade de investimento foi criada em 2002 pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 (a bolsa de valores brasileira), com o objetivo de facilitar o acesso de pessoas físicas a títulos públicos. Ou seja, hoje qualquer pessoa pode investir no Tesouro Direto com a mesma segurança que os grandes investidores institucionais.

Por que o governo emite títulos?

Como acontece em muitos países, o governo brasileiro frequentemente gasta mais do que arrecada. Para cobrir esse déficit, ele precisa captar recursos, e faz isso emitindo títulos públicos, que são comprados por investidores como você.

Em troca, o governo promete devolver o valor acrescido de juros, utilizando o sistema de juros compostos.

A segurança do Tesouro Direto

Muita gente se pergunta: “Mas e se o governo quebrar?”. O Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do país porque quem garante o pagamento é o próprio Estado.

Em um cenário extremo, o governo pode até imprimir dinheiro para honrar a dívida. Claro, isso gera consequências, como o aumento da inflação, mas o investidor recebe seu pagamento.

O que afeta a rentabilidade do Tesouro Direto?

Dois indicadores são essenciais para entender o desempenho dos títulos:

  • Taxa Selic: é a taxa básica de juros da economia, definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária). Quando a Selic sobe, os títulos ficam mais atrativos, pois oferecem maior rendimento. Quando cai, a rentabilidade diminui, mas o custo do crédito também cai, estimulando o consumo.
  • IPCA: é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele mede a inflação (ou deflação) oficial do país. Serve como um termômetro do aumento médio dos preços. Se o IPCA sobe, significa que o dinheiro está perdendo valor, e, por isso, guardar dinheiro na conta corrente ou debaixo do colchão é uma péssima ideia: o poder de compra vai diminuindo com o tempo.

Veja a seguir um exemplo prático do poder corrosivo da inflação: um panfleto de supermercado do ano de 2001. Com R$10 naquela época, era possível encher o carrinho com muito mais itens do que hoje. Isso acontece porque, com o tempo, o dinheiro vai perdendo valor, você compra menos com a mesma quantia.

Imagem de um folheto de supermercado dos anos 2000 que mostra a diferença de preços com a realidade atual, devido a inflação.
Não consegui localizar o autor da foto

Mas há uma boa notícia: se o seu dinheiro estiver aplicado em um investimento que acompanha ou supera a inflação, como o Tesouro IPCA+, você evita essa perda de poder de compra. Ou seja, seu dinheiro não apenas é preservado, como também cresce de forma real ao longo dos anos.

Os tipos de títulos do Tesouro Direto

Existem várias opções para perfis e objetivos diferentes. Veja um resumo:

Tesouro Selic (LFT)

  • Rende de acordo com a taxa Selic.
  • Indicado para quem busca liquidez (resgatar quando quiser) e segurança.
  • Ideal para reserva de emergência.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)

  • Rende uma taxa fixa + inflação (IPCA).
  • Protege o poder de compra no longo prazo.
  • Indicado para quem pensa em investir por vários anos (como para a aposentadoria ou estudos dos filhos).

Tesouro Prefixado (LTN)

  • Rende uma taxa fixa definida no momento da compra.
  • Ideal quando se acredita que os juros vão cair, assim, você garante uma boa taxa agora.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais

  • Mesmo funcionamento do Tesouro IPCA+, mas paga os juros a cada seis meses na sua conta.
  • Indicado para quem quer receber uma renda periódica.

Tesouro Prefixado com juros semestrais

  • Igual ao Tesouro Prefixado, com pagamento de juros a cada seis meses.
  • Também gera renda passiva, mas sem correção pela inflação.

Tesouro Educa+

  • Voltado para objetivos educacionais, como pagar uma faculdade.
  • Tem um prazo alinhado à data de início do uso do dinheiro.

Tesouro Renda+

  • Focado na aposentadoria, esse título começa a pagar um valor fixo mensal durante 20 anos, a partir da data escolhida.
  • Perfeito para quem quer construir uma renda futura segura e previsível.

Conclusão

O Tesouro Direto é uma porta de entrada inteligente para quem está começando a investir com segurança, buscando proteger seu dinheiro da inflação e construir um futuro mais tranquilo.

Ao entender seus diferentes tipos e como a economia influencia seus rendimentos, você dá um passo importante para se tornar um investidor mais consciente.

Utilize as ferramentas abaixo para aprofundar seus conhecimentos:


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11 respostas para “Tesouro Direto: o que é, como funciona e por que pode ser um bom investimento”.

  1. […] aumentar arrecadação de impostos ou pegar empréstimos com outros países ou bancos. Por isso, o Tesouro Direto é visto como o investimento mais seguro do […]

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  2. […] simples e seguros (como Tesouro Direto, CDBs ou fundos de previdência privada) podem ser grandes aliados para quem quer garantir […]

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  3. […] O Tesouro costuma oferecer rentabilidades melhores do que boa parte dos produtos de renda fixa disponíveis nas corretoras, e com menor custo de intermediação. […]

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  4. […] Por isso, é esperado que as debêntures paguem mais do que outros títulos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA ou Tesouro Direto. […]

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  5. […] Rentabilidade superior a muitos títulos tradicionais, como CDBs, LCIs, LCAs e até Tesouro Direto. […]

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  6. […] a rentabilidade em comparação ao Tesouro Direto e CDBs. Para valer a pena, o retorno líquido (já isento de IR) deve ser […]

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  7. […] você investe em renda fixa, como títulos do Tesouro Direto, é comum ouvir o termo “marcação a mercado”. Mas afinal, o que isso significa e como afeta […]

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  8. […] do Tesouro Direto, há duas opções de títulos que oferecem pagamento de juros a cada seis meses: o Tesouro […]

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  9. […] Tesouro Renda+: voltado para quem quer garantir uma renda complementar na aposentadoria. Funciona como uma previdência privada, mas com as regras claras do Tesouro Direto. […]

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  10. […] Tesouro Prefixado é um título público do Tesouro Direto que oferece uma das maiores previsibilidades entre os investimentos de renda […]

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