Você sente que está sempre correndo contra o tempo? Que os dias passam em um piscar de olhos, enquanto tenta equilibrar trabalho, vida pessoal e um bombardeio constante de informação?
A sensação de estar sempre conectado, mas ao mesmo tempo disperso, é um reflexo do mundo em que vivemos.
O excesso de conteúdo digital, as exigências do mercado e a necessidade de estar sempre atualizado criam uma espécie de cansaço invisível. Mas e se houvesse uma forma de entender melhor esse ambiente e usá-lo a seu favor?
Observar esses movimentos faz parte do meu trabalho. Escrevo sobre marcas, empresas e comportamento de consumo, mas o que mais me interessa é entender como tudo isso afeta a mim e a você.
A maneira como trabalhamos, consumimos e nos relacionamos está em constante transformação — e essas mudanças influenciam diretamente nossas decisões e nosso bem-estar.
Talvez você já tenha notado: a publicidade tradicional sozinha já não convence mais, as redes sociais saturam em vez de entreter, e o desejo de desacelerar cresce.
O marketing e a psicologia se encontram exatamente nesse ponto, ajudando a entender por que consumimos o que consumimos e como as marcas podem se adaptar a um público cada vez mais informado.
O aumento dos preços, e a redução do poder de compra, por exemplo, tem feito as pessoas repensarem seu consumo, aqui encontramos um paradoxo.
De um lado existe um público adepto aos marketplaces chineses, onde é possível comprar diretamente de fábricas e ter acesso a um preço mais acessível. Muitas dessas fábricas oferecem produtos em grande volume, mas de baixa qualidade, sendo pouco duráveis e estimulando a recompra.
Por outro lado, há quem procure por itens mais duradouros, com funções claras e que se encaixam em um estilo de vida mais prático, como as roupas tech minimalistas ou a busca por itens premium em brechós. Percebemos esse movimento com a ascensão da moda circular e do consumo consciente, onde priorizam o menos é mais. Não se trata apenas de economizar, mas de repensar a relação com os bens materiais.
Sempre tive um olhar analítico para essas tendências. Meu primeiro estágio foi na área de pesquisa, e desde então nunca deixei de observar e questionar.
Porém, as pesquisas tradicionais muitas vezes não captam o que realmente acontece. O que as pessoas dizem e o que fazem são coisas diferentes.
Se você perguntar às pessoas sobre o tempo que elas passam utilizando o smartphone e verificar na prática a média diária em aplicativos já pode perceber inconsistências. Não por maldade, mas por uma falta de percepção de si mesmos.
Foi assim que comecei a pesquisar sobre etnografia digital, mesmo sem saber que tinha esse nome chique, inspirada pelo livro Todo mundo Mente.
Produzindo conteúdo para blogs, passei a observar como as buscas na internet e o comportamento online revelam desejos e frustrações, que nem sempre são verbalizados, ou até epidemias silenciosas, como a da falta de atenção e da solidão.
Não somos tão independentes e conscientes de nossas escolhas quanto gostamos de acreditar. O meio nos influencia constantemente. Mas reconhecer isso nos dá poder: podemos decidir o que consumir, em quais espaços digitais estar e como equilibrar informação e bem-estar.
Se você trabalha com marketing ou psicologia e também percebe essas transformações no comportamento das pessoas, quero ouvir sua opinião nos comentários.
O futuro do consumo – seja de produtos, serviços, informação – está acontecendo agora. E aqui quero ajudar você a entender junto comigo.
Imagem: Pexels


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