Nos últimos anos, a SHEIN tem se consolidado como uma das plataformas mais influentes no mercado de moda, oferecendo um novo caminho para pequenas marcas crescerem sem precisar de altos investimentos em marketing digital ou estrutura própria de e-commerce.

O modelo de marketplace da SHEIN permite que lojistas acessem uma grande base de consumidores sem precisar criar um site próprio ou investir em tráfego pago, o que democratiza o acesso ao mercado e amplia as chances de novos negócios prosperarem.

Como a SHEIN impulsiona o varejo de moda

O diferencial da SHEIN não está apenas na tecnologia e logística, mas na forma como conecta pequenas empresas ao público certo. O marketplace utiliza a IA para personalizar a experiência do cliente e otimizar operações.

Hoje, a plataforma abriga marcas que oferecem preços mais competitivos e acompanham tendências populares, tornando o mercado mais acessível tanto para empreendedores quanto para consumidores.

Casos de sucesso mostram o impacto dessa estratégia. Segundo matéria do site Consumidor Moderno, marcas como a Mapolla, de moda íntima, viu seu faturamento crescer de R$ 40 mil para R$ 600 mil/mês em pouco mais de um ano. Já a Miguxos e Miguxas, de moda infantil, precisou ampliar sua estrutura e equipe, atingindo R$ 207 mil em faturamento em dezembro de 2024, um crescimento de 64% em relação ao ano anterior.

Além da visibilidade, a SHEIN oferece suporte logístico, treinamento e inteligência de dados para ajudar os lojistas a entender melhor seus consumidores e otimizar suas estratégias de vendas.

Produtos bem avaliados e com alto potencial de venda recebem mais destaque dentro da plataforma, o que incentiva uma concorrência saudável e estimula a melhoria da qualidade dos produtos.

O impacto na expansão do comércio local

A presença da SHEIN no Brasil tem um efeito significativo na expansão do varejo de moda, principalmente em regiões com forte produção têxtil.

Em 2025, Santa Catarina será um dos principais focos da empresa, que pretende cadastrar mil novos lojistas no primeiro trimestre. Cidades como Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí terão um papel estratégico na distribuição de produtos para todo o país.

Esse modelo permite que pequenos e médios lojistas alcancem consumidores de forma rápida e eficiente, sem precisar competir diretamente com gigantes do varejo físico. Com logística integrada e acesso a um público massivo, marcas regionais ganham mais força e podem expandir sua operação sem precisar de grandes investimentos.

A adaptação dos grandes players ao novo mercado

Com o crescimento dos marketplaces e do modelo digital, grandes players do varejo de moda precisam se reinventar para continuar relevantes. Duas estratégias se mostram essenciais para competir nesse novo cenário:

1. presença no mercado digital: grandes marcas precisam estar nos principais marketplaces ou criar plataformas próprias que ofereçam experiência de compra rápida, intuitiva e personalizada. A digitalização deixou de ser opcional e se tornou uma necessidade para a sobrevivência no setor.
2. marketing de conteúdo e redes sociais: com a ascensão da SHEIN e de outras plataformas digitais, a forma de comunicar com o consumidor mudou. Hoje, o desejo por produtos de moda é impulsionado por vídeos curtos, parcerias com influenciadores e campanhas altamente segmentadas nas redes sociais. Estratégias que envolvem storytelling, tendências virais e engajamento direto com o público são essenciais para manter a relevância da marca.

Recentemente vimos como esse movimento impactou empresas como a Forever 21, que não conseguiu se adaptar ao novo mercado.

SHEIN e o futuro do varejo de moda

O sucesso da SHEIN não é apenas reflexo de um modelo de negócios inovador, mas da transformação do comportamento do consumidor. Por isso, é sempre importante ter atenção às tendências.

A acessibilidade, variedade e praticidade oferecidas pela plataforma estão moldando o futuro do varejo de moda, forçando empresas tradicionais a se adaptarem a novas formas de vender e se conectar com seus clientes.

Para pequenos negócios, a SHEIN representa uma oportunidade única de crescimento e visibilidade, provando que o mercado digital é o presente do varejo de moda e que a empresa também favorece o desenvolvimento de negócios locais.

SHEIN entre críticas e oportunidades

A SHEIN ainda enfrenta duras críticas em relação às condições de trabalho em suas fábricas e ao modelo de produção em larga escala, que incentiva o consumo impulsivo e resulta em um grande volume de descarte têxtil. A qualidade inferior de muitos produtos e a rápida obsolescência das peças contribuem para o problema da moda descartável, um dos grandes desafios da indústria atualmente.

Ao longo dos anos, denúncias sobre as condições precárias de trabalho e o impacto ambiental do fast fashion resultaram em diversas reportagens e documentários, trazendo à tona questionamentos sobre a sustentabilidade e a ética por trás do modelo de negócios da SHEIN. Apesar dos avanços em algumas iniciativas sustentáveis, como programas de reciclagem e redução do desperdício de tecidos, a empresa ainda precisa reforçar sua gestão de crise e transparência para conquistar maior credibilidade no mercado global.

Uma possível estratégia para a marca fortalecer sua reputação seria a citada nesse artigo, investindo mais na valorização do mercado têxtil local.

Ao atuar como mediadora de vendas para pequenos e médios negócios, a SHEIN pode criar uma relação mais equilibrada entre a produção em massa e o apoio a empreendedores que já possuem processos mais sustentáveis. Esse movimento ajudaria a empresa a construir uma imagem mais positiva e atender a um público que busca moda acessível, mas com maior responsabilidade socioambiental.

No fim das contas, o impacto do consumo consciente também está nas mãos dos próprios consumidores. Cabe a cada um fazer melhores escolhas dentro da plataforma, priorizando marcas que se preocupam com a qualidade e a durabilidade das peças, reduzindo assim o desperdício e contribuindo para um setor mais sustentável.

Qual é a sua opinião a respeito? Comente abaixo.

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Imagem: Pexels