Mike Tyson disse em 2020: “As redes sociais deixaram vocês muito à vontade para desrespeitar as pessoas e não levar um soco na cara por isso.” (ou ”Social media made y’all way too comfortable with disrespecting people and not getting punched in the face for it.”)
A frase traduz bem um fenômeno da nossa época: a facilidade com que ofensas, agressões verbais e comentários maldosos circulam online.
Atrás de uma tela, muitos se sentem “valentes” para praticar bullying, atacar grupos ou simplesmente despejar frustrações em desconhecidos. O problema é que isso adoece, não só quem recebe as ofensas, mas também quem as pratica e até quem apenas observa.
Quem nunca passou alguns minutos rolando comentários no Twitter (atual X) e saiu com a mente pesada, com a sensação de que a humanidade está em decadência?
Esse pessimismo é um traço marcante do nosso tempo, e vem desse comportamento.
No passado, havia uma expectativa positiva em relação ao futuro: novas tecnologias e tendências eram vistas como promessas de dias melhores. Hoje, muitas vezes, as novas gerações buscam refúgio em um passado que não viveram, daí a febre nostálgica por pochetes, mullets, bigodes ou chaveiros na alça da calça, símbolos de uma década de 80 idealizada como mais simples e menos tóxica.
Quem vive menos imerso nas redes sociais costuma ter uma visão mais leve da vida. Isso porque o que ganha destaque online não é o pensamento da maioria silenciosa, mas sim de uma minoria barulhenta, muitas vezes movida por polêmica, raiva ou extremismo.
Na “economia da atenção”, o que vale não é a verdade ou a cordialidade, mas a capacidade de prender os olhos do público, ainda que à custa de sensacionalismo e desinformação.
O risco é que essa bolha digital acabe moldando comportamentos e opiniões no mundo real.
Muitos criadores de conteúdo exploram conspirações, discursos de ódio ou polêmicas apenas para lucrar com cliques, sem qualquer responsabilidade sobre o impacto que causam na saúde mental coletiva. O resultado são expectadores dominados pela ansiedade, depressão, perda de confiança no futuro e uma crescente intolerância.
É preciso criar antídotos contra isso:
- não confiar em conteúdos sensacionalistas e sempre buscar diferentes fontes;
- reconhecer os vieses pessoais e cultivar uma mente aberta;
- dar mais espaço às vivências reais do que às discussões sem fim em caixas de comentários.
Acima de tudo, lembrar que ninguém está realmente protegido atrás de uma tela. A internet não é um território sem lei. Palavras têm consequências, tanto jurídicas quanto emocionais, e físicas. Ser educado e cordial deveria ser um padrão, dentro e fora da rede.
O mundo digital não é paralelo ao real. Ele é parte dele. E o respeito continua sendo a base de qualquer convivência saudável.
A verdadeira campanha do momento deveria ser “ignore um extremista” ou sensacionalista.
Deixe de seguir, silencie ou bloqueie esse tipo de conteúdo das suas redes sociais. Siga em silêncio e não alimente os trolls, eles são tão feios por dentro como o que eu escolhi para imagem de capa deste post.
Se você quer deixar de lado as redes sociais aqui indico alguns livros.


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