Como o modelo JD-R (Job Demands–Resources) pode te ajudar a entender a maternidade

Quando estudei sobre o modelo JD-R (Job Demands–Resources), percebi imediatamente como ele poderia ser adaptado à realidade das mães. Afinal, a maternidade é, de muitas formas, um trabalho em tempo integral, cheio de demandas e recursos que precisam se equilibrar.

O que é o modelo JD-R?

O modelo JD-R explica o nosso bem-estar no trabalho como uma balança.

Como falei no post sobre autonomia no trabalho, de um lado estão as demandas, do outro, os recursos.

  • Demandas: tudo aquilo que exige esforço físico, mental ou emocional (prazos apertados, excesso de tarefas, pressão por resultados, conflitos).
  • Recursos: os elementos que ajudam a lidar com essas demandas (apoio, feedback, autonomia, reconhecimento, oportunidades de aprender).
Modelo JD-R

O segredo para o bem-estar está no equilíbrio:

  • Quando as demandas pesam mais que os recursos, surgem estresse, cansaço e até burnout.
  • Quando os recursos equilibram ou superam as demandas, sentimos motivação, engajamento e bem-estar.

Adaptando o modelo JD-R para a maternidade

Na maternidade, a balança tende a pesar mais para o lado das demandas:

  • Prazos apertados: dar banho e arrumar a criança para a escola quando ela só quer brincar.
  • Pressão por resultados: a autocobrança e, muitas vezes, as cobranças externas da família.
  • Excesso de tarefas: cozinhar, limpar, lavar, cuidar do bebê ou acompanhar as lições.
  • Conflitos na “equipe”: discussões com o parceiro sobre divisão de tarefas ou dias em que a criança está mais difícil, doente ou exigente.

Esse peso constante explica por que tantas mães se sentem cansadas, estressadas e até em risco de burnout.

A partir dessa visão, a solução está em fortalecer os recursos.

Como fortalecer os recursos?

A boa notícia é que, assim como no trabalho, quanto mais recursos a mãe possui, mais leve ficam as demandas.

Alguns exemplos práticos:

  • Apoio da família: dividir os cuidados com o parceiro, avós ou rede de apoio, sem sentir culpa.
  • Feedback e comunicação: conversar (sem brigar) com o companheiro sobre o que pode melhorar no dia a dia: contratar ajuda para limpeza, usar ferramentas que facilitam (como um aspirador robô) ou revezar as responsabilidades.
  • Autonomia e reconhecimento: permitir que outros cuidem de determinadas tarefas e valorizar essas contribuições. Para os pais: reconhecer verbalmente os esforços da mãe nos cuidados da criança e da casa.
  • Cuidar de si: descansar, ter momentos de autocuidado, se permitir momentos de lazer também com a criança (ler juntos, brincar, passear).

Priorização e autocuidado

A rotina da mãe é imprevisível. Por isso, saber o que é urgente e delegar o que for possível é essencial. Nem tudo vai caber no mesmo dia, e está tudo bem. O mais importante é o bem-estar da família e o seu. Não se prenda a uma roupa que não foi lavada em um final de semana que a criança estava doente e demandou mais atenção.

Outra dica é evitar ao máximo se comparar, por isso, se afastar das redes sociais é importante. Cada família é única, e equilibrar a balança das demandas e recursos depende do seu contexto e dos apoios que você consegue construir, que são bem diferentes daquela influenciadora que você segue (que claramente utiliza mais recursos).

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Livros lidos em 2025

A autora registra suas leituras anuais no blog, com uma meta de 10 livros. Cada obra inclui resumos e recomendações, abordando temas variados, como saúde, carreira e desenvolvimento pessoal.


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