Se você já ouviu falar em CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), mas ainda não entende bem como funcionam, este post vai te ajudar a clarear as ideias.

Esses dois investimentos são semelhantes às LCIs e LCAs, com uma importante diferença: não têm a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Isso significa que o risco é maior, mas o retorno também costuma ser mais alto.

O que são CRI e CRA?

• CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários): títulos de crédito lastreados em dívidas do setor imobiliário, como financiamentos ou aluguéis.
• CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio): títulos lastreados em dívidas de empresas do agronegócio, como exportadoras ou produtores rurais.

Na prática, ao investir nesses títulos, você está financiando diretamente os setores imobiliário e do agronegócio, sem passar por bancos. É como se estivesse emprestando seu dinheiro a essas empresas em troca de uma remuneração.

Quem emite esses títulos?

São emitidos por companhias securitizadoras, empresas privadas especializadas em transformar dívidas em investimentos acessíveis ao mercado. Por isso, é essencial avaliar a qualidade da empresa emissora e os ativos que garantem aquele CRI ou CRA.

Vantagens

• Isenção de IR para pessoas físicas (quando comprados no mercado primário).
• Rentabilidade superior a muitos títulos tradicionais, como CDBs, LCIs, LCAs e até Tesouro Direto.
• Possibilidade de fluxo de renda: muitos CRIs e CRAs pagam rendimentos mensais ou semestrais.
• Diversificação de carteira, inclusive para quem ainda tem um patrimônio menor.

Desvantagens e riscos

• Sem proteção do FGC: se a empresa emissora ou a operação der problema, você pode perder dinheiro.
• Liquidez reduzida: normalmente, são investimentos com prazos longos e mais difíceis de vender antes do vencimento.
• Risco de crédito: o famoso “risco da Cogna”, por exemplo, aconteceu quando um CRI da empresa do setor educacional passou por dificuldades financeiras, afetando o pagamento aos investidores. Por isso, é fundamental olhar a saúde financeira dos devedores envolvidos no lastro.

Dicas práticas

• Melhor horário para pesquisar boas oportunidades é no período da manhã, quando há mais ofertas no mercado.
• Avalie rating de crédito, garantias, histórico da securitizadora e quem são os devedores.
• Ideal para quem já tem uma carteira diversificada ou busca melhorar a rentabilidade de forma mais ousada.

Resumo

CRIs e CRAs são ótimos para quem busca maior retorno e isenção de IR, mas exigem estudo e atenção aos riscos. Úteis em carteiras menores, e praticamente obrigatórios para quem tem maior volume investido e deseja diversificação com foco em renda passiva.