Eu não quero ser repetitiva e nem chata, mas quero ser ouvida…

… e a verdade é que eu tenho medo de encher as pessoas de conteúdo.

De lotar caixas de entrada, de ser aquela presença insistente no feed, sempre ali, aparecendo de novo e de novo.

Esse medo talvez seja o motivo pelo qual nunca me imaginei como uma criadora consistente de conteúdo, com uma newsletter ou um conteúdo pago para oferecer. No fundo, sempre penso que vou incomodar. Mesmo que, no fim das contas, quem se desinscreve ou me silencia talvez nunca mais se lembre que eu um dia estive lá.

Mas a realidade é que o marketing e as vendas vivem de repetição.

Repetir. Falar de novo. Encontrar maneiras diferentes de dizer a mesma coisa. E continuar dizendo, principalmente se o objetivo é atingir muita gente. Só que estamos vivendo tempos de excesso.

Informação demais, estímulo demais, novidade demais. Se você não se posiciona, não aparece, não fala sobre o que faz, logo é esquecido. E, convenhamos, sempre há outra marca ou outra pessoa pronta para ocupar o seu lugar.

Ainda assim, concordamos: a publicidade pode ser irritante. Nós reclamamos dos e-mails promocionais que se acumulam na caixa de entrada, mesmo quando trazem algo útil. E, depois de um tempo, parece que o conteúdo constante vira ruído. Aquilo que antes chamava atenção, agora cansa.

Eu não quero ser esse ruído.

Não quero rastrear cada movimento seu na internet, nem inundar os sites que você visita com banners piscantes e frases urgentes como: “Última chance! Só hoje!”. Não quero postar nas redes sociais obsessivamente ou criar um calendário de stories tão intenso que me torne uma presença obrigatória no seu dia.

Talvez esse seja o dilema de todos que escolhem a escrita como principal forma de comunicação.

A escrita é introspectiva. Ela exige pausa, observação, reflexão. Nos filmes, a pessoa que devora livros e escreve poemas é sempre retratada como a mais quieta, a que senta no canto da sala. E, por mais que tentemos explorar outras formas de expressão, é na escrita que encontramos conforto.

Escrever é uma maneira de falar sem gritar, de construir pontes sem pressa.

Talvez eu nunca domine as regras do jogo de quem fala alto e o tempo todo, mas tudo bem. Porque, no final das contas, é escrevendo que eu me encontro. E talvez seja aqui que algumas pessoas também venham a se encontrar.

Afinal, não é sobre encher as pessoas de conteúdo. É sobre oferecer algo que vale a pena ser lido.

Se meu texto faz sentido para você, que tal conversarmos sobre isso?

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Atenção
Atenção
Atenção
Atenção!


Descubra mais sobre Isabella Tôrres

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário